quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amor, gostar ou paixão

Amor

Sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos. Quer dizer, o “amor é um conflito entre os nossos reflexos e as nossas reflexões”. Para além de se multiplicar quando se divide, o amor é despertar aquele a quem amamos para toda a grandeza de que são capazes. Filosoficamente falando, seria a promoção do outro em toda a sua plenitude de modo incondicional. “O amor é aquilo que os anjos chamam de alegria celeste, os demónios o chamam de sofrimento infernal e os homens o chamam de amor”. Só existe amor quando não existe autoridade.


Algumas características de quem ama

i. Sabe que o amor não se encontra no primeiro olhar: o amor à primeira vista é uma oportunidade rara entre duas pessoas, que se encontram em mesma sintonia espiritual, chamados de espíritos afins. O amor verdadeiro só entra em campo a cada dia de alquimia produzida a partir desse encontro.
ii. Dá amor sem sentir a perda deste sentimento: para amar, é preciso “ser amor”, assim, nunca sentiremos falta do que se dá. O que se “é” não se perde, se transmite, causando alívio e alegria para quem dá e preenchimento para quem recebe.
iii. No silêncio sabe doar e nas tribulações jamais pensa em receber: o amor não quer honras nem medalhas por seus feitos, antes a recusa, pois não teria onde guardar. Amor não é investimento que se possa fazer em uma pessoa.
iv. Vê o sexo como complemento do amor.
v. Amou primeiro a si mesmo: pois só ama quem é amor. Como se poderá amar alguém, se não somos primeiro portadores e transmissores desse sentimento?
vi. Ama o ser como um todo e não parte dele.vii. Ama acima de tudo a felicidade do parceiro, mesmo que esta felicidade seja ao lado de outro(a).
viii. Ama sem ser amado. Ama sem pedir amor: o amor genuíno não se importa em ter respostas, devolução ou retenção de um sentimento que dele aflora naturalmente.
ix. Despreza seu medo de dizer “eu te amo”: na verdade, sentimento não deveria ser falado, seria melhor senti-lo. Infelizmente se faz necessário reproduzi-lo falta de sensibilidade espiritual.
x. Ama em liberdade e não o aprisiona.

Como podemos ver, amar é admirar com o coração. Admirar é amar com o cérebro. O amor é um não-sei-quê, que surge não sei onde e acaba não sei como!

Gostar

Gostar é achar uma coisa agradável, aprazível. É sentir prazer e dar-se bem com outro.
“Se você gosta de morango, só pensa em comê-lo. Porém, se amas morango, deseja apenas guardá-lo no lado esquerdo do peito”. Gostar é um quase amor. É um amor doentio e imperfeito.

Algumas características de quem gosta

i. Possui ciúme exagerado para com seu parceiro e até por seus objectos preferidos: ciúme é sinónimo de desconfiança e propriedade privada, um sentimento de baixo escalão espiritual.
ii. Controla as acções do parceiro e se puder até os pensamentos: controla porque desconfia. O amor é confiança e é um sentimento que sabe esperar pacientemente a sua hora.
iii. Exige amor, porém não tem para transmitir: o amor não se exige, se aguarda. Temos aí o "pedinte"sentimental, que está vazio de bons sentimentos e deseja encher-se com o amor dos outros.

Quem gosta, um dia pode vir a querer o mal do parceiro: um dos piores predicados escondidos no fundo do gostar é a vingança, que é comandada pelo grande chefe do mal: o ódio, sentimento inverso do amor. O amor não maltrata porque não há tempo nem espaço para o ódio.

Então caro leitor (a), como pode ver, gostar é sinónimo de insegurança, imaturidade, ciúme, desejo de propriedade, vibração negativa.

Paixão

Paixão é um sentimento profundo, afectivo e violento. É quase um amor ardente. Este sentimento é a admiração instantânea firmada em bases falsas, ora corporal, ora pelo “status” socio-económico que pessoa avistada possui. Este sentimento é muito confundido com o falado “amor à primeira vista”.
A paixão nos invade como uma irresistível e intensa atracção, muitas vezes pela sensualidade. Como este sentimento não tem consórcio com a verdade, cai e míngua com a mesma velocidade e intensidade com que apareceu. A paixão não resiste ao tempo, pois esse sentimento tem um alicerce frágil: corpos, títulos e riquezas.

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